- Estou muito feliz pela oportunidade dada. Eu venho me preparando há alguns anos. As pessoas correm de mim pelo o que aconteceu no passado. O Boa está abrindo as portas. Estou muito feliz, motivado. Agradeço a vocês por estar aqui. Deus está abrindo as portas para a gente. Tenho certeza que é Deus - disse o goleiro revelado pelo Atlético-MG e que brilhou com a camisa do Flamengo.
No decorrer da entrevista, a assessoria do Boa Esporte barrou algumas perguntas. "Isso foge da pauta", argumentava o clube. Quando o assunto não incomodava, Bruno respondia:
- Pessoas, como minha esposa, não aceitavam de forma alguma que eu encerrasse a carreira. Ela foi quem mais me motivou. A primeira coisa a fazer é me preparar para jogar. Deus vai guiar meus passos. Enfim, tenho de acreditar em mim mesmo - afirmou.
Questionado sobre como lida com a possibilidade de ter de voltar à prisão, já que ainda não cumpriu sua pena na íntegra e foi solto pois seu recurso ainda não foi julgado em segunda instância, Bruno disse:
- Ninguém fecha portas abertas por Deus.
Segundo Rone Moraes da Costa, presidente do Boa Esporte, o contrato de Bruno, válido por dois anos, já está assinado. Após a apresentação, o goleiro segue para o CT do clube onde fará exames médicos e iniciará os trabalhos físicos.
Entenda o caso Bruno
O goleiro deixou a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados, em Santa Luzia, Minas Gerais, no fim de fevereiro. A liberação foi determinada pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, em decisão liminar. Bruno aguarda julgamento de recurso após a condenação.
O jogador foi condenado em 2013 pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza e também pelo sequestro e cárcere privado do filho Bruninho. Segundo a decisão do ministro Marco Aurélio, o goleiro poderá ficar em liberdade enquanto o recurso contra a condenação não é julgado em segunda instância.
Desde quando anunciou a contratação de Bruno, o Boa Esporte perdeu seus três patrocinadores: o Grupo Gois & Silva, a Cardiocenter Varginha e a Nutrend Nutrition, e também sua fornecedora de material esportivo, a Kanxa. Além disso, o site oficial do clube chegou a ser hackeado e teve informações sobre partidas substituídas por dados sobre feminicídio e questionamentos da associação das empresas ao jogador.
GLOBO ESPORTE.