17/08/2012 - 10:18
A onda de remakes que virou moda em Hollywood nos traz ao telão mais uma releitura do que já foi feito antes. Agora é a vez de O Vingador do Futuro ganhar uma versão ano 2012. O filme estreia nos cinemas brasileiros nesta sexta-feira (17) e traz três atores que estão sempre nas listas dos mais bonitos da atualidade: Colin Farrell (Alexander), Kate Beckinsale (Anjos da Noite) e Jessica Biel (Esquadrão Classe A), assim homens e mulheres irão, pelo menos, um pouco mais animados às salas de cinema para ver uma história já contada.
Na década de 90, Arnold Schwarzenegger, Sharon Stone e Rachel Ticotin atuaram neste, que é uma espécie de triângulo amoroso, cheio de ação, socos e tiros para todos os lados. O filme é uma adaptação do conto de Philip K. Dick, We Can Remember It For You Wholesale, o mesmo autor que escreveu histórias que inspiraram os filmes Blade Runner, Minority Report, Agentes do Destino, O Vidente, Screamers, só para citar alguns. Mas como os atores e o diretor Len Wiseman (Anjos da Noite) destacaram em Los Angeles, nas entrevistas de divulgação de O Vingador do Futuro, "são visões diferentes a partir da mesma história". Os dois filmes partem do mesmo princípio: um casal leva sua vida um tanto normal até o operário Douglas Quaid (papel de Farrell e Schwarzenegger), descontente com seu dia a dia, resolver fazer um implante de memória. A partir daí começa a reviravolta no enredo e a mistura do que seria realidade com sonho, ou com uma outra realidade, onde Douglas é Hauser, casado com Melina (Jessica Biel). Ele vai ter que descobrir quem realmente é, o que significa ser um espião e quem é Lori (Kate Beckinsale), no caso sua atual mulher.
No filme original - que virou um clássico - parte da trama se passava em Marte. Já a nova trama é terrestre e mostra que no futuro teríamos sido devastados por uma guerra química e nos reduzido a apenas duas regiões habitáveis do globo: a União Federativa da Bretanha, comandada pela Inglaterra e a região da Austrália, chamada de Colônia e com cara de Oriente. A ligação entre as duas é uma espécie de viagem pelo centro da terra, feita por um elevador superpotente e, como na história da humanidade, os dominados querem a libertação.
Versão contemporânea
Colin Farrell brinca ao falar sobre como é "substituir" Schwarzenegger: "é fácil e divertido. Na verdade eu nunca encarei dessa forma, pois não acho que eu esteja fazendo o papel dele. É o mesmo personagem, a partir do mesmo conto, mas essa é minha versão, o meu próprio entendimento". Ele destaca que mergulhou fundo numa preparação física intensa, já que a história é repleta de ação, mas também tentou entender o processo psicológico pelo qual passava Douglas, com seus questionamentos pessoais e dúvidas existenciais.
Colin Farrell foi a Toronto, onde aconteceram as gravações, dormiu no set de filmagens e andou sozinho por lá para poder viver a experiência. "Mas a melhor parte foi toda a preparação física pela qual tive que passar: treino com armas, lutas e ensaios para as cenas sem gravidade. As sequências de lutas eram longas e era necessário ter muito fôlego", garantiu o irlandês.
Kate Beckinsale e Jessica Biel também passaram por treinamentos de artes marciais e coreografias. Beckinsale tinha acabado de filmar Anjos da Noite 4 - O Despertar, quando entrou na rotina frenética da vilã Lori de O Vingador do Futuro. "Já estava com preparo físico do outro filme que também é cheio de ação, então tive que treinar as coreografias e criei a personagem diante de bastante conversa com o diretor. Sorte que temos um bom relacionamento", diz ela, que é esposa de Len Wiseman. Os dois se conheceram nas gravações da primeira parte da franquia Anjos da Noite, em 2003.
Já Jessica Biel, a mocinha da história, Melina, disse que fez treinamento de diferentes estilos de lutas marciais para ter fôlego para tanta briga: "adoro esses papéis cheios de ação, que exigem muito esforço fisico da gente. É divertido, e gosto de filmes nos quais as mulheres são tão fortes quanto os homens. Mas confesso que fiquei com medo de estragar tudo, machucar alguém, eram coreografias, mas sempre há a chance de bater forte demais, no lugar errado".
O Futuro
O diretor Len Wiseman diz que sua versão é a mistura de vários objetos de inspiração tanto do conto quanto do filme anterior, mas também de experiências pessoais e do desejo do que ele gostaria de colocar no seu filme. "Acho que me inspirei em tudo que já vi na minha vida. Sou fã desde criança de ficção científica e posso dizer que já vi tudo que existe por aí. Adoro Blade Runner, Star Wars e Robocop para mim é o melhor filme. Então se for para falar de influências que coloquei, acho que um pouco de todas essas que levo pela vida".
O filme teve um orçamento estimado em U$ 125 milhões e o diretor revelou que tentou deixar tudo o mais real possível: "eu não quis criar no filme um futuro irreconhecível, quis colocar referências que a gente tem hoje, algo familiar, os prédios parecem com os de hoje, temos tráfego. É claro que se você olhar para a União Federativa da Bretanha, que tem carros voadores, parece tudo muito futurístico, mas tentei criar um outro mundo com as referências que temos hoje".
Dentre os brinquedinhos do futuro que despertam o desejo, tanto dos atores quanto dos expectadores, estão o próprio carro voador e também um telefone celular que funciona na mão. É uma espécie de implante na palma da mão, para atendê-lo basta tocar nas teclas que acendem na pele e direcionar a mão para o ouvido. Quanto à referência principal do filme, implantar memórias que podem transformar a pessoa no que ela deseja ser, seja um agente secreto ou um super-herói, Wiseman faz um paralelo com a vida real: "acho que isso não está muito longe dos nossos dias não, e mais, temos algo parecido, talvez uma forma mais segura. As pessoas quando usam o Facebook também muitas vezes constroem uma outra identidade, selecionam quem eles querem ser, o tipo de pessoa, as habilidades, e colocam aí o ser de seus sonhos. A companhia Rekall, mostrada no filme - que transforma sonhos em memórias reais - , faz isso, mas não apenas virtualmente. Então podemos ver que a ficção científica não é tão ficção assim".
O filme entrou em cartaz nos Estados Unidos no dia 3 de agosto e arrecadou, em duas semanas, U$ 44 milhões. Na primeira semana ficou apenas atrás de Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge, na bilheteria, mas nesta última teve fraco desempenho (6º lugar), principalmente por causa da estreia de O Legado Bourne. O novo filme da trilogia, que agora traz Jeremy Renner no papel principal e não mais Matt Damon, desbancou Batman que estava há três semanas no primeiro lugar. O Legado Bourne chega aos cinemas brasileiros no dia 7 de setembro.
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