15/04/2013 - 09:30
Parcela expressiva da nova classe média emergente permanece vulnerável a choques econômicos que podem empurrá-la novamente para a pobreza.
No Brasil, a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), ligada à Presidência da República, tem tentado mensurar essa vulnerabilidade.
Segundo a economista Diana Grosner, diretora da SAE, 22% da população brasileira pertence ao estrato mais baixo da classe média (dividida em três grupos), com renda familiar per capita mensal entre R$ 291 e R$ 441.
"Essas pessoas são as mais vulneráveis a uma volta à pobreza e representam um número alto", diz.
Em estudo de 2009 sobre a expansão da classe média, o economista Martin Ravallion citou que 1 em cada 6 pessoas em países em desenvolvimento viviam com renda entre US$ 2 e US$ 3 por dia.
O autor considerou renda per capita de US$ 2/dia como limite entre a pobreza e a nova classe média em nações emergentes – valor em paridade do poder de compra de 2005, medida que elimina distorções de preço.
Para Diana, a inflação mais elevada e o aumento do endividamento representam riscos importantes para a nova classe média brasileira.
Outra ameaça, segundo a economista, é o avanço da produtividade em ritmo muito menor que o dos salários.
Segundo ela, isso pode fazer com que as empresas decidam repassar os custos maiores para os preços – pressionando mais a inflação – ou demitir.
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