No final da noite de ontem, segundo a Associação de Cabos e Soldados, a crise foi agravada com o aquartelamento voluntário de militares no 2º Batalhão, em Nova Venécia; no 4º Batalhão, em Vila Velha; no Batalhão de Missões Especiais, em Vitória; e na Ronda Ostensiva Tática Motorizada, em Cariacica.
A Sesp foi questionada sobre a informação do aquartelamento dos militares, mas não se posicionou. Ontem, a Secretaria chegou a anunciar a volta às ruas de alguns PMs da Rotam; do 4° Batalhão; do 9° Batalhão e do 13° Batalhão. Mas a Associação não confirmou.
Sem ônibus nesta quarta-feira
Sem todo o efetivo da Polícia Militar nas ruas, o presidente do Sindicato dos Rodoviários do Espírito Santo, Edson Bastos, publicou uma nota informando que os ônibus não vão circular nesta quarta por causa da insegurança. Nenhum coletivo saiu das garagens. Segundo Bastos, os motoristas circularam em horário especial acreditando que estariam seguros, mas correram riscos ontem.
“Tivemos vários fatos desfavoráveis à nossa categoria, como assaltos, armas na cabeça de motorista obrigando o mesmo a invadir uma loja para os meliantes poderem assaltar, tivemos também um motorista indo pro trabalho que foi fechado por bandidos e tendo sua moto roubada sofrendo várias escoriações pelo corpo”, diz o texto.
População exige segurança
Ontem, moradores protestaram diante de batalhões do Espírito Santo exigindo que os PMs voltem para o trabalho. Atos desse tipo aconteceram em Vitória, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim.
Em Vitória, o Exército precisou ir ao local para controlar a manifestação e restabelecer o trânsito. Manifestantes colocaram fogo em pneus e chegaram a interditar os dois sentidos da Avenida Maruípe nesta tarde. Houve confronto entre manifestantes e o Exército usou gás de pimenta para acabar com o tumulto.
Crimes
Mesmo com a segurança nas ruas sendo feita pelas Forças Armadas e Forças Nacionais e parte dos efetivos da PM, os crimes continuam acontecendo no estado. 2 homens foram detidos pela população após cometerem vários assaltos no bairro Itaparica, em Vila Velha, na manhã de ontem.
Um vídeo gravado por um morador mostra quando os 2 homens fogem pela rua depois de cometerem um assalto. Um carro vermelho para próximo a eles e o motorista começa a persegui-los a pé. Ele atira pelo menos uma vez. Depois disso, mais pessoas se reúnem no local e conseguem deter a dupla.
Em Jacaraípe, na Serra, criminosos arrombaram uma loja de roupas usando uma caminhonete. Eles deram ré e quebraram a porta de vidro e ferro. Todos os produtos furtados foram colocados dentro do veículo em questão de minutos.
Depois do crime, os mesmos homens passaram na frente da Delegacia de Jacaraípe e atiraram na direção de um policial civil, mas as balas acabaram acertando a frente da delegacia. Ninguém ficou ferido. Eles conseguiram fugir.
Com armas em punho, os polícias civis ficaram em alerta em frente à delegacia durante a tarde. O Exército passou por Jacaraípe e parou em alguns pontos da Serra. Mesmo assim, para alguns moradores o clima de insegurança é muito grande.
"A situação está precária, estamos reféns da bandidagem. Está tudo fechado, saí rápido para comprar pão e não consegui achar lugares abertos. Falta atitude do nosso governo", falou a dona de casa Gelde Gomes.
Na avenida principal do bairro Laranjeiras, todas as lojas ficaram fechadas. Soldados do Exército também passaram pelo local para garantir a segurança.
O analista de sistemas Alex Rodrigues disse que aproveitou que o supermercado estava aberto para fazer compras, mas que queria voltar logo pra casa. "O clima de insegurança é total, hoje mesmo não deixei minha esposa sair porque ela está grávida. Não estou tendo serviço porque as empresas não estão funcionando", disse.
G1.