HOMEM É PRESO EM BARIRI EM OPERAÇÃO DO GAECO

06/07/2017 - 10:12

Reclamações registradas no Serviço de Atendimento ao Consumidor de uma multinacional levaram a Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) até à quadrilha suspeita de falsificar cosméticos e revendê-los em todo o país.

Deflagrada ontem (5), a Operação Reparação Absoluta prendeu 18 pessoas, entre elas um cardiologista, apontado como o financiador do esquema. Ao todo, 20 mandados de busca e apreensão, e outros cinco de condução coercitiva, também foram cumpridos.

Os mandados foram cumpridos em Franca, Sertãozinho, Leme, Bariri e na capital paulista. Segundo o Gaeco, o grupo falsificava produtos das marcas L'Óreal, Revlon e Silicon Mix, e faturou ao menos R$ 6 milhões nos últimos quatro anos. Representante comercial de uma das empresas vítimas do esquema, Hernes Aranda contou como as investigações tiveram início.
 
“Os consumidores relatavam algumas diferenças em relação à qualidade do produto, como irritação. Após o recebimento de algumas amostras desses consumidores, a gente fez uma análise aprofundada da qualidade e foi constatado, até mesmo por relatos de onde foram comprados os produtos, que eram de mercado informal”, disse.
 
Aranda destacou que, mediante às reclamações, passou a visitar os locais onde os consumidores informaram ter comprado os produtos. Isso levou a empresa até os suspeitos de realizar a entrega das mercadorias. Todos foram denunciados à Polícia Civil.
 
“Tivemos que fazer a engenharia reversa, para ir da ponta, de onde estavam sendo vendidos os produtos, até onde estavam sendo fabricados. Todo esse trabalho demandou tempo e passou por várias cidades, até conseguirmos a origem, a fonte. Quando identificamos a cidade, pudemos dar passos mais largos para descobrir quem seria o falsificador”, contou.
 
Segundo a Polícia Civil e o Gaeco, o grupo possui revendas dos produtos pirateados em todo o país e até no Paraguai. A quadrilha começou a ser investigada há oito meses, após denúncias feitas por consumidores, empresas afetadas e até mesmo pelos próprios integrantes do grupo.
 
O delegado Leopoldo Novaes disse que um membro da organização criminosa, que já havia sido alvo de investigações anteriores, procurou a polícia alegando que estava sendo ameaçado e extorquido pelo ex-sócio.
 
“Estava sendo extorquido, segundo ele diz em R$ 500 mil, com ameaças de morte, caso não pagasse uma suposta dívida. A descoberta foi que esse ex-sócio era faticamente o líder da venda dos produtos contrafeitos na região da [Rua] 25 de março, em São Paulo”, afirmou.
 
Ao todo, 25 pessoas são suspeitas de envolvimento no crime. Com o auxílio de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, a polícia e o Gaeco conseguiram mapear a quadrilha, que funcionava como uma empresa.
 
Segundo o promotor Paulo Guilherme Caroles, cada integrante trabalhava em um setor da organização, que envolvia a identificação das fórmulas, fabricação de embalagens similares às dos produtos originais, produção de rótulos, venda e entrega dos cosméticos falsificados.
 
Ainda de acordo com Caroles, a ação da quadrilha contou com a participação de um cardiologista, apontado como o financiador da operação. O médico foi preso nesta quarta-feira e já havia sido alvo da polícia anteriormente por suspeita de envolvimento na fraude.
 
A princípio, os suspeitos devem cumprir prisão temporária por 30 dias e, segundo a Polícia Civil, responderão pelos crimes de organização criminosa e adulteração de cosméticos. Cerca de R$ 500 mil em mercadorias foram apreendidas.
 
G1 RIBEIRÃO E FRANCA.

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