LATROCÍNIO CHOCA A REGIÃO

01/11/2017 - 10:15

O mistério envolvendo o desaparecimento do empresário Adevaldo Colonize, 51 anos, dono da rede de colégios ADV, chegou ao fim na manhã de ontem (31) com a localização do seu corpo num canavial em Igaraçu do Tietê. Vítima de espancamento e estrangulamento, ele foi queimado enquanto ainda estava vivo por três homens que queriam roubar sua caminhonete, segundo a Polícia Civil. Dois irmãos estão presos por participação no crime e um terceiro suspeito está foragido.

Colonize estava desaparecido desde a madrugada de domingo (29). Em coletiva de imprensa convocada para hoje (31) à tarde, a Polícia Civil anunciou que ele foi vítima de um latrocínio (roubo seguido de morte). "Nosso objetivo era localizá-lo com vida diante de algumas informações que obtivemos. Entretanto, para tristeza da equipe e de toda a comunidade jauense e da região, infelizmente, não tivemos êxito", lamentou o titular da Delegacia de Investigações Gerais de Jaú, Marcelo Aparecido Tomaz Goes.
 
Segundo ele, a confirmação da morte do empresário ocorreu nessa terça-feira de manhã, quando um dos jovens presos desde da última segunda-feira (30) por suspeita de envolvimento no desaparecimento dele indicou o local onde estava o corpo, um canavial na zona rural, entre Igaraçu do Tietê e São Manuel. "A vítima, infelizmente, foi queimada viva. Nós temos comprovadamente isso por meios periciais. Eles acreditavam que ela estaria morta e colocaram fogo nela, mas o Adevaldo ainda tinha sinais vitais", revela.
 
Assim que a localização do corpo foi confirmada, as aulas foram suspensas em toda a rede de ensino que Colonize administrava, que conta com unidades em Jaú, Botucatu, Bauru e Barra Bonita. Pelo Facebook do Colégio ADV, fundado em 2006, a direção agradeceu as orações da população para que ele fosse encontrado com vida. "Infelizmente isso não aconteceu, mas continuamos com nossa fé inabalável e sempre acreditando que Deus faz o melhor", informou.
 
O corpo do empresário só deverá ser liberado pelo Instituto Médico Legal de Jaú na tarde de hoje (1). Ele será velado no Conjunto Esportivo José Antônio Varasquim, que fica na rua José Michel Mucare, em Igaraçu do Tietê, e sepultado amanhã (2), no Cemitério Municipal, em horário a ser definido.
 
CARONA
 
De acordo com o titular da DIG, as investigações apontaram que a vítima reuniu-se com amigos em um estabelecimento na orla de Barra Bonita, saiu e retornou posteriormente sozinho. Na sequência, já na madrugada de domingo, deixou novamente o local, encontrou-se com dois homens, que seriam Marildo Junior Meza, 21 anos, e Caíque Henrique Salles, 20 anos, e saiu com eles de caminhonete. "Ainda não apuramos se eram conhecidos ou não", afirma.
 
O delegado conta, com base na versão de Marildo, que a dupla pediu carona ao empresário com intenção de roubar seu veículo, uma Toyota Hilux branca. No trajeto, eles teriam anunciado o roubo e a vítima teria reagido. "Ele tentou escapar, mas foi contido por Marildo e golpeado por Caíque", declara. As agressões, que incluem estrangulamento, continuaram no canavial até que ele perdesse a consciência. 
 
Acreditando que Colonize estivesse morto, segundo Goes, eles retornaram para buscar o irmão de Marildo, Paulo Roberto Meza, de 28 anos, que teria ajudado a dupla a colocar fogo nele. "Os indivíduos mataram para ficar com a caminhonete, três aparelhos celulares e outros bens da vítima", diz, ressaltando que Caíque ainda precisa ser encontrado para que possa ser ouvido. Ainda de madrugada, o trio tentou vender a caminhonete roubada em Bauru, Botucatu e Jaú, sem sucesso.
 
O inquérito já foi instaurado e, de acordo com o delegado, os três responderão por latrocínio, associação criminosa e ocultação de cadáver. O delegado seccional de Jaú, Ricardo Silva Dias, destacou o empenho e a dedicação da equipe para esclarecer o caso. "Essas providências de Polícia Judiciária são fundamentais para uma investigação isenta, profissional, que produza prova material incontestável", ressalta.
 
PRISÕES
 
Ontem (31), os irmãos Marildo e Paulo estão presos desde a última segunda-feira (30), quando tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça a pedido da DIG de Jaú. Eles, juntamente com Caíque, foram vistos por testemunhas durante a madrugada e tarde de domingo com a caminhonete do empresário, que foi encontrada abandonada na tarde de domingo, na Cohab de Igaraçu do Tietê.
 
JCNET.

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