LULU SANTOS SE DIVERTE RELENDO CANÇÕES DA AMIGA E MUSA RITA LEE

18/10/2017 - 11:08

O rei do pop carioca e a Santa Rita de Sampa se encontram... no Caribe, ali entre Kingston e Curaçao, com escala em Honolulu. É claro que o voo de Lulu Santos sobre a obra de Rita Lee tem muitas outras paisagens, mas o mexidinho abolerado de canções como “Caso sério”, “Como uma onda”, “Baila comigo” e “Sereia” (as duas de Lulu não estão no disco) é, definitivamente, onde a onda de um encontra a calmaria do outro.

 
O lado B “Disco voador” abre a coleção, lembrando mais um ponto de equilíbrio dos dois, as referências a espaço sideral, objetos não identificados e outras viagens. O arranjo animadão de Lulu é o primeiro exemplo (de muitos) de como ele se divertiu relendo as canções da amiga e musa, acionando os músicos de sua banda, como o baixista Jorge Ailton e o tecladista e programador Luiz Hiroshi, e amigos de sempre, como os DJs Memê e Sany Pitbull.
 
As lentinhas e suas maracas (“Desculpe o auê” talvez seja a de DNA luizmauricesco mais forte) são uma delícia, mas Lulu é mais Lulu — e, assim, valoriza ainda mais as músicas de Rita — quando solta o tamborzão e repensa a canção, de uma forma a torná-la filha do casal. O ápice desse encontro acontece em “Paradise Brasil”, uma música de Lulu Santos composta por Rita Lee que tem a paternidade reclamada aos cinco anos. “Ovelha negra” é mais orgânica, mas o violão chacundum e os detalhes no arranjo não deixam dúvidas: Lulu pode não ser o pai, mas trata os rebentos de Rita como se fossem seus.
 
Fonte: O Globo 
 

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