10/04/2013 - 09:41
Com os líderes de partidos divididos, o deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP) disse ontem que fica na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.
Na reunião de líderes, ele ironizou apelos que cobravam sua renúncia e disse que só deixaria o cargo caso os deputados José Genoino (PT-SP) e João Paulo Cunha (PT-SP) fossem retirados da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Os dois petistas foram condenados no julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e foram indicados pelo PT para a CCJ, principal comissão da Casa.
Feliciano repetiu o discurso de líderes do PSC de que o PT não deveria cobrar sua saída. Houve constrangimento.
Segundo o líder do PT, José Guimarães (CE), irmão de Genoino, "foi uma reunião muito mais para ouvir desaforos do que para buscar uma saída para esse impasse".
Eleito há mais de um mês, Feliciano enfrenta protestos de movimentos sociais que o acusam de racismo e homofobia. Pelo regimento, ele não pode ser destituído.
Blindado pelo PSC e por evangélicos, o pastor foi defendido por PTB, PR, PRB e PMDB. Para esses partidos, a eleição de Feliciano foi legal.
Para representantes desses partidos, forçar a saída sem previsão legal seria abrir um precedente perigoso. Alguns admitiram também o receio de criar um mal-estar com a bancada evangélica.
A cobrança para a saída do deputado partiu de PT, PPS, PSOL, PDT e PC do B, alinhados com o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). O PSD não se manifestou. O PSDB decidiu não participar do encontro porque considerou que não havia mais nada a ser feito.
Aos líderes, segundo relatos, o pastor adotou um discurso de vítima e de ser perseguido por sua religião. Tentou minimizar suas falas polêmicas – como a que a comissão era dominada por Satanás antes de sua chegada.
Diante do impasse, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) exigiu que ele revogasse a proibição para que o público em geral não acompanhe as reuniões da comissão. Ficou acertado que ele poderá fechar os encontros se houver tumulto. Feliciano tomou a medida na semana passada para evitar os protestos.
Ontem, Alves reconheceu que, regimentalmente, não há mais nada a fazer. Ele disse que está no seu "limite" e que não pode ser um "ditador" e impor sua vontade à Casa.
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