MULHER E FILHA DE 17 ANOS MATAM PROFESSOR EM SÃO CARLOS

01/06/2016 - 10:47

A mulher e a enteada do professor de física encontrado carbonizado dentro de um veículo em São Carlos (SP) foram detidas pela Polícia Civil na terça-feira (31) por suspeita de terem planejado e matado a vítima por motivo financeiro. Em depoimento, a viúva, uma advogada de 36 anos, negou o crime e disse que ajudou apenas a ocultar o cadáver. A filha dela, de 17, assumiu que matou o padrasto com três facadas em casa, enquanto o irmão de 5 anos assistia à TV no quarto. Ambas não demonstraram arrependimento em nenhum momento, segundo do delegado Gilberto de Aquino, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG).

O delegado informou que não fará a reconstituição do crime porque as provas deixam claro o envolvimento de ambas. A mãe, que está presa temporariamente por 30 dias, será indiciada pelo crime de homicídio duplamente qualificado combinado com corrupção de menores e ocultação de cadáver. Se condenada, pode pegar de 12 a 30 anos de reclusão.
Já a filha, detida por 45 dias, responde por ato infracional pelos mesmos crimes e, se condenada, ficará na Fundação Casa no máximo até os 21 anos. As duas foram levadas para a Cadeia Feminina de Ribeirão Bonito.
 
Dopado para morrer
Milton Taidi Sonoda, de 39 anos, que se formou e fez mestrado na Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos e lecionava na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), em Uberaba (MG), foi assassinado no dia 18 do mês passado, por volta das 10h30.  Aquino relatou que o professor foi dopado pela enteada, pois estava meio desacordado no momento em que foi golpeado três vezes na altura da barriga. Ele caiu no chão da sala e agonizou por dez minutos até morrer. Após o homicídio, o delegado afirma que as mulheres doparam o filho do casal para que ele dormisse enquanto elas escondiam o corpo. Mãe e filha saíram para comprar uma pá e sacos plásticos. Ao voltarem, embalaram o corpo de Sonoda e prenderam com fita crepe. Manobraram o carro de ré na garagem e colocaram o professor no veículo. Depois, seguiram até o km 148 da Rodovia Luís Augusto de Oliveira (SP-215), local onde o automóvel foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros à noite, em chamas.
De acordo com o delegado, a adolescente relatou que a pá comprada serviu para ela abrir uma cova no local em que o veículo estava. Quando foram retirar o corpo do carro, entretanto, saiu muito sangue e o veículo ficou manchado.
"Elas viram que ficariam vestígios, pois havia impressões digitais de ambas e, como a viúva é advogada e tem conhecimento jurídico, decidiram atear fogo no veiculo", disse o delegado.
 
 
Mãe incentiva filha
Segundo o delegado, a mãe incentivava a filha e ambas discutiam como deveriam assassinar Sonoda, que viajava de Minas para São Carlos para ficar com a família. Por três vezes, a enteada pegou carona com padrasto em Ribeirão Preto, onde ela ia na casa do namorado. A intenção era matar o professor no caminho. "Mas ela não teve coragem porque a vítima passou a tratá-la bem e ela acabou se desencorajando e não efetuando o crime naqueles dias", disse Aquino.A adolescente relatou em depoimento na presença do Conselho Tutelar que, após esses episódios, ela colocou por diversas vezes substâncias no suco do professor na tentativa de envenená-lo para que ele morresse, o que não teve efeito. "A vítima teve alguns problemas, mas nada grave. Depois disso, elas planejaram que iriam esfaquear a vítima e mandaram afiar três facas para usar como instrumento do crime", relatou o delegado. Ainda de acordo com Aquino, elas tentaram comprar um revólver calibre 38, mas não conseguiram. Fizeram contato com um integrante de uma facção criminosa para ele cometesse o homicídio, mas ele não aceitou.
 
g1

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