06/09/2023 - 13:33
Ações voltadas para a redução das emissões de carbono devem estar cada dia mais presentes nas políticas públicas e nas estratégias empresariais, além de ser um dos chamados “fatores impactantes” para a economia nos próximos anos. A afirmação foi feita pelo presidente do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Rafael Cervone, durante a apresentação de sua palestra “Macrotendências Mundiais até 2040”, que aconteceu em Jaú, nesta terça (05), Dia da Amazônia.
Cerca de 120 empresários e lideranças da região participaram do evento, como Paulo Tebaldi, secretário de Desenvolvimento Econômico de Jaú e Eliane Oliveira, diretora regional de Bauru da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo. A palestra traz uma análise com ferramentas de Inteligência Artificial aliadas ao cruzamento de informações de mais de 300 bancos de dados do próprio Ciesp e da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Esta foi a primeira vinda do presidente do Ciesp a Jaú desde sua posse no início do ano passado. Hoje o Ciesp é uma das principais entidades representativas da indústria no mundo, com 42 regionais e oito mil empresas associadas no estado de São Paulo.
Desenvolvimento Sustentável
Segundo Cervone, a pauta do Desenvolvimento Sustentável ganha cada vez mais protagonismo e um exemplo disso são os acordos internacionais como a “Agenda 2030” e o “Acordo de Paris”, por exemplo, que estipulam metas acordadas entre os países em prol do equilíbrio pela sobrevivência do planeta.
Em sua apresentação, ele cita que o Brasil, mais especificamente, também deverá se engajar no compromisso de redução das emissões dos Gases de Efeito Estufa, atingindo a neutralidade de carbono até 2050. A tendência é que todas as áreas se envolvam com o tema, sendo que no caso da indústria, as medidas principais estarão relacionadas à tecnologia limpa, eficiência energética e infraestrutura de baixo carbono. Ciesp e Senai-SP preparam um novo programa para apoiarem as indústrias na redução da emissão de carbono.
"A sustentabilidade terá, necessariamente, que estar na pauta das empresas, tanto para o nosso mercado interno, quanto para as exportações. Isto está cada vez mais presente no mindset do consumidor, especialmente com essa juventude de hoje, que já nasce com o celular na mão, ou seja, com informações, e que questiona cada vez mais a origem do produto. Eles não querem mais olhar só o design do produto ou a matéria-prima, eles querem saber a história que conta aquele produto, saber em quais condições ele foi produzido, como será o descarte final. A sustentabilidade estará instrisecamente ligada à história da indústria e do consumidor daqui para frente", disse Cervone.
Para ele, apesar da preocupação com o meio ambiente estar crescendo em escala exponencial, o consumidor brasileiro ainda passará por um processo de amadurecimento para priorizar mais a sustentabilidade dos produtos em detrimento dos preços.
Por outro lado, ele avalia que as empresas estão despertas para essa questão. De acordo com ele, as indústrias têm trabalhado o conceito de cradle to cradle que significa trabalhar a engenharia de desenvolvimento dos produtos pensando no seu descarte final e reaproveitamento.
Tecnologia
Outro fator impactante apontado por ele é o da evolução tecnológica. De acordo com o presidente do Ciesp, as tecnologias da 4ª Revolução Industrial ou Indústria 4.0 devem passar por um processo de maturação e proliferação nas próximas décadas, o que irá alterar profundamente os processos produtivos, o perfil dos empregos, os fatores de competitividade empresarial e das economias, além da configuração das cadeias produtivas mundiais
Cervone foi recebido pelo diretor do Ciesp Jaú, Fabio Fraschetti. "São informações altamente relevantes e que veem para 'incomodar' o empresário e tocar naquele ponto em que você percebe que pode fazer mais, pode melhorar o seu negócioe e que as coisas estão acontecendo de forma muito rápida. Para aproveitar essas oportunidades, é preciso estar preparado. Essa palestra é uma pincelada desse cenário que vai acontecer até 2040, como macrotendências mundiais", disse Fraschetti.
Plano de Desenvolvimento
Ao final da palestra, Cervone falou sobre um estudo que o Ciesp tem feito sobre as vocações regionais em parceria com as prefeituras e o Governo do Estado com o intuito de implantar planos de desenvolvimento.
Para Eliane Lima, da equipe do Secretário de Estado do Desenvolvimento, Jorge Lima, é importante a união das frentes da economia, como governos, associações e empresários. "E importante para que a gente possa pensar no desenvolvimento regional fazendo políticas públicas e alinhamentos que tragam benefícios para todo mundo. É a famosa política ganha-ganha nessa junção de esforços para que a gente possa somar forças", disse Eliane.
Fonte: Assessoria de Imprensa do CIESP
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