16/08/2013 - 09:29
O Hospital e Maternidade São José, em Barra Bonita , aguarda os repasses da subvenção da prefeitura da cidade e dos convênios médicos para pagar o salário de junho e parcela de financiamento de 2008 de sete médicos que atuam de sobreaviso (plantão a distância) na unidade.
Em julho, os profissionais das áreas de Pediatria, Ortopedia, Cirurgia Geral, Anestesia, Ginecologista, entre outras, que integram o quadro clínico do hospital, entregaram uma carta de intenção à direção do São José e ao Ministério Público (MP) informando que interromperiam suas atividades no último dia 11, o que não ocorreu.
De acordo com o diretor administrativo do hospital, José Maria Capelasso, atrasos nos pagamentos do salário de junho e da parcela de um financiamento feito em 2008 para pagar horas de sobreaviso teriam motivado a atitude dos médicos.
“Tivemos problemas de saúde com médicos do corpo clínico e faturamento no mês de junho, que caiu assustadoramente com relação ao SUS e convênios que nós temos”, conta. “Com isso, nós não conseguimos assumir o compromisso, não pagando o parcelamento e atrasando o pagamento da disponibilidade do mês de junho”.
Na semana passada, os profissionais se reuniram com o promotor de Justiça da Comarca para discutir o assunto. “Alguns assumiram o compromisso de continuar normalmente e outros deram prazo até dia 18”, revela. Segundo Capelasso, até o final desta semana, a unidade irá pagar os atrasados.
“Com a subvenção que nós vamos receber da prefeitura, mais o que iremos receber de convênio, com certeza estaremos pagando os médicos em disponibilidade que estão pendentes o mês de junho e o parcelamento”, declara. Não há previsão ainda, porém, para o pagamento dos salários de julho.
De acordo com o diretor administrativo, o Hospital São José acumula uma dívida de mais de R$ 5 milhões, dos quais R$ 2 milhões referem-se a impostos atrasados. Entre repasses das prefeituras de Barra Bonita e Igaraçu do Tietê, convênios médicos e pagamentos via Sistema Único de Saúde (SUS), a instituição recebe por mês uma média de R$ 680 mil.
“Desse valor, eu tenho que pagar folha de pagamento, férias, Fundo de Garantia, INSS, Imposto de Renda, fornecedores, ticket, repasses para os médicos”, revela. Os gastos mensais, segundo Capelasso, atingem o montante de R$ 700 mil, além de R$ 100 mil relativos a parcelas de empréstimos.
Para tentar equilibrar as finanças, o hospital recorre a emendas de parlamentares, doações da comunidade por meio de carnês e desconto nas contas de água e depósitos na conta-corrente da unidade. Além disso, recentemente, uma comissão de jovens da cidade conseguiu arrecadar 1,8 tonelada de arroz, que foi doada ao hospital.
Na opinião do diretor, a solução para o problema das dívidas dos hospitais seria anistia dos débitos pelo governo federal ou aumento do prazo de financiamento, aliado a concessão de juros mais baixos. Recentemente, o JC publicou matérias divulgando problemas enfrentados por hospitais de Agudos, Duartina, Arealva, Jaú, Piratininga e Dois Córregos.
Na semana passada, a diretoria do Hospital São José enviou oficio à Câmara de Barra Bonita pedindo que uma comissão de vereadores seja formada para fiscalizar a administração da entidade e ajudar nas decisões relativas ao atendimento do Pronto-Socorro (PS) e do hospital. O Legislativo está analisando a solicitação.
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