27/09/2013 - 09:30
Os delegados da Polícia Federal de Bauru (SP) concederam nesta quinta-feira (26) uma entrevista coletiva de imprensa sobre a operação realizada na zona rural de Bocaina na noite de quarta-feira (25), que terminou com a morte de um dos 20 agentes envolvidos na ação e a queda de um avião, que estaria carregado com cerca de 500 quilos de drogas.
Na coletiva, o delegado Ênio Bianospino afirmou que as possíveis falhas na operação só poderão analisadas em uma sindicância. “Existe uma sucessão de coisas que podem levar ao um resultado danoso em uma operação, mas, que só podem ser identificadas em uma boa investigação. Um esforço para tentar identificar as inconformidades no nosso padrão de atendimento, mas, a nossa profissão é de risco.”
Questionado sobre se o agente morto estaria usando colete à prova de balas, o delegado não confirmou, mas, destacou que tiro de fuzil do calibre da arma encontrada com os criminosos não seria detido pelo equipamento de segurança. “O colete balístico não segura bala de fuzil desse calibre”, respondeu.
Também presente na coletiva, o delegado Carlos Alberto Fazzio Costa, chefe da Polícia Federal de Bauru, ressaltou a suspeita de que o agente Fábio Ricardo Paiva Luciano de 38 anos teria sido atingido pelo tirou de fuzil. “Ele provavelmente foi atingido por um tiro de fuzil de alto calibre”, completou.
O agente chegou a ser socorrido, mas, morreu na Santa Casa de Jaú. O enterro foi realizado na tarde de ontem, no Cemitério da Saudade em Bauru.
Por causa da morte do policial federal, as bandeiras no pátio da sede da PF estavam a meio mastro em sinal de luto. "Ele era um agente muito dedicado, um pai de família e essa foi uma grande perda para a Polícia Federal", lamentou Fazzio Costa.
Na coletiva, os delegados também disseram que a droga transportada provavelmente seria pasta base de cocaína e o voo teria saído do exterior. “Pelo conhecimento que temos da rotina do tráfico de drogas e pelo porte do avião em questão, em regra são transportadas variações da cocaína e a mais comum é a pasta base, que é misturada aqui no país para dar mais lucratividade ao crime organizado. E o Brasil não é produtor de cocaína”, explicou Bianospino.
Segundo o delegado, a droga foi queimada devido à explosão do avião após a queda, que teria sido causada pelas condições desfavoráveis de decolagem. “Os policiais que fizeram a abordagem disseram que a aeronave chegou a pousar, e os criminosos no solo chegaram a se aproximar, mas, quando o piloto viu a polícia ele tentou fugir.
No entanto, a pista que ele tinha pela frente era muito curta, então ele tentou levantar voo, atravessou a pista da rodovia e caiu cerca de 200 metros depois.” Apesar da queda e a explosão, o piloto sobreviveu e foi preso.
Questionado sobre a possibilidade da aeronave ter sido atingida por tiros, Bianospino disse que isso não poderia ser confirmado, já que a aeronave não vai poder ser periciada. “Não posso afirmar que os policiais acertaram o avião ou não, até porque a aeronave não poderá ser objeto da perícia porque foi totalmente destruída”, completou.
Presos
Além do piloto outras quatro pessoas foram presas. Duas suspeitas de fazer parte do grupo que entrou em confronto com os policiais e outras duas que teriam ido resgatar parte do grupo. Outros criminosos conseguiram fugir em um carro e deixaram outro para trás.
Neste veículo, com placa de Campinas, foram encontrados fuzis calibre .50, de uso exclusivo das Forças Armadas, coletes à prova de balas e munição. As buscas por outros envolvidas continuam com apoio da Polícia Militar e Polícia Rodoviária. O local onde o avião caiu permanece isolado para o trabalho da perícia técnica.
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