PARALISAÇÃO AFETA TODO O BRASIL

15/03/2017 - 10:59

Manifestações acontecem nesta quarta-feira (15) em cidades de todo o Brasil para protestar contra a reforma previdenciária proposta pelo governo do presidente Michel Temer.

Os atos foram convocados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, ligadas à Central Única dos Trabalhadores (CUT), e também contam com apoio de partidos de extrema-esquerda e movimentos por moradia. Em São Paulo, a maior parte dos ônibus não circulou, e aqueles que saíram às ruas ficaram lotados.
 
Já o metrô deve ficar paralisado durante todo o dia, com exceção da linha 4, que é administrada pela iniciativa privada, e de alguns trechos dos outros ramais. Além disso, metalúrgicos bloquearam a rodovia Presidente Dutra nos arredores de Guarulhos, Taubaté e São José dos Campos.
 
No Rio de Janeiro, a greve atinge escolas das redes pública e privada. Também há manifestações em cidades como Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Recife e Porto Alegre. Na capital federal, manifestantes do Movimento Sem Terra (MST) ocuparam a sede do Ministério da Fazenda.
 
A reforma da Previdência proposta por Temer aumenta a idade mínima de aposentadoria para 65 anos, tanto para homens quanto para mulheres. Além disso, para receber o teto do benefício, o trabalhador precisará contribuir por pelo menos 49 anos. Apenas militares não serão afetados pelo projeto, que ainda precisa ser aprovada pelo Congresso. 
 
São Paulo
 
A cidade de São Paulo amanheceu hoje sem o principal transporte público de massa, os trens do metrô, que atendem diariamente a cerca de 3,2 milhões de pessoas, e com quase toda a frota de ônibus parada. Houve também vários bloqueios no trânsito por causa da paralisação nacional contra as reformas trabalhista e da Previdência Social.
 
Por volta das 6h25, no entanto, foi acionado o Plano de Contingência do Metrô para que os passageiros voltassem a ser atendidos, ainda que parcialmente, nas linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha.
 
Nesse horário, já era normal o funcionamento da Linha 5 Lilas, que atende à população da zona sudoeste, e da Linha Amarela. A única que permanecia parada era a Linha 15-Prata, que faz a ligação entre o Ipiranga, na zona sul, e a Cidade Tiradentes, na zona leste. A oferta dos trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos se manteve normal.
 
A decisão dos metroviários de aderir ao ato nacional contrariou decisão da Justiça. O Tribunal Regional do Trabalho havia determinado a manutenção do funcionamento pleno das atividades nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e de 70% nos demais horários. O descumprimento implica pagamento de multa de 100 mil reais por dia.
 
Pontos lotados
 
Em consequência da falta de opções, muitos passageiros lotavam os pontos de ônibus em vários locais e muitos moradores tiraram o carro da garagem, provocando um congestionamento acima do normal. Para facilitar os deslocamentos, a prefeitura liberou o rodízio de veículos, o uso dos corredores de ônibus e a gratuidade nos estacionamentos da zona azul.
 
Por volta das 7h, a Companhia de Engenharia de Tráfego registrou 118 quilômetros de lentidão na região do centro expandido. Em média, o motorista gastou cerca de meia hora a mais do que o normal para percorrer, por exemplo, a Marginal Tietê nos dois sentidos. Além de mais carros nas ruas, a morosidade também foi provocada por bloqueios de vias em função de manifestações, em pelo menos cinco pontos - um deles, na Avenida Nações Unidas, rumo à rodovia Castelo Branco.
 
Ônibus circulam no Rio, mesmo com anúncio de greve
 
Apesar da greve anunciada pelos motoristas e cobradores na cidade do Rio de Janeiro, a circulação de ônibus no Grande Rio não foi prejudicada. O Sindicato dos Motoristas e Cobradores aprovou ontem, em assembleia, a paralisação em protesto contra as reformas previdenciária e trabalhista propostas pelo governo federal.
 
Por meio de nota, a RioÔnibus, que representa as empresas de ônibus, informou que os consórcios da cidade do Rio de Janeiro mantêm o planejamento para uma operação normal. A prefeitura informou que está monitorando toda a cidade, por conta de possíveis paralisações e manifestações previstas para hoje.
 
As concessionárias responsáveis pelos trens, metrô, barcas e veículo leve sobre trilhos foram orientadas para reforçar suas operações, caso a greve dos rodoviários tenha algum impacto no transporte da população.
 
Outras categorias, como os professores das redes pública e privada e os bancários, também prometeram paralisações hoje no Rio de Janeiro, em protesto contra as reformas propostas pelo governo federal.
 
JORNAL BRASIL, AGÊNCIA BRASIL E ANSA.

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