PARAQUEDISTA DE BAURU MORRE APÓS SALTO

O acidente se deu por volta das 17h20 em uma chácara localizada a cerca de 800 metros da rua Paulo Guerreiro Franco, em Vera Cruz. Segundo o Corpo de Bombeiros, ambas as vítimas tiveram esmagamento de crânio e tórax. A corporação estima ainda que a queda tenha sido de uma altura de 100 a 200 metros, mas só a perícia técnica confirmará, de fato, essa hipótese.

 

Valderson era instrutor de paraquedismo e praticava a atividade desde a adolescência. Ele saltou em várias cidades da região de Bauru e fora do Estado de São Paulo, como Belo Horizonte, de acordo com o sogro da vítima, o assessor do vereador de Bauru Carlinhos do PS, Mauro Gonçalves. Ele participava do grupo de paraquedismo Cavaleiros do Vento, que promove eventos relacionados à prática. Já Marcelo dos Santos era o “carona” do instrutor.

 

Assim que o Corpo de Bombeiros chegou ao local, as vítimas já estavam sem vida e os corpos, cobertos com o próprio paraquedas que utilizaram para saltar. Além disso, o pai do instrutor de paraquedismo, que também pratica a atividade, teria desmaiado logo que percebeu que o filho havia morrido. Uma Unidade de Resgate (UR) da corporação o encaminhou ao Hospital das Clínicas (HC) de Marília.

 

Equipes da Polícia Militar (PM) de Vera Cruz também atenderam a ocorrência e, além de acionarem os bombeiros, chamaram a Polícia Científica para que realizasse o trabalho de perícia técnica no local. O caso foi registrado como homicídio culposo de autoria desconhecida e a polícia trabalhará com as hipóteses de falha humana ou mecânica. O inquérito deverá ser concluído dentro de 30 dias, mas há possibilidade de prorrogação desse prazo.

 

Pai de família

 

Mauro Gonçalves, que era sogro do instrutor de paraquedismo, conta que ele nasceu em Bauru e vivia na Vila Falcão junto à esposa Alessandra Gonçalves Petelinkar, 36 anos, e à filha Rebeca, de apenas 4. Pai e marido amoroso, Valderson também trabalhava no setor de malotes dos Correios há mais de 15 anos. A princípio, o paraquedismo era um hobby, mas depois que se ele profissionalizou, passou a conciliar os dois trabalhos. O sogro da vítima revela que ela estava casada com sua filha há 9 anos.

 

“Ele era um pai amoroso, inclusive, a família o esperava para o jantar, já que, por conta do evento de paraquedismo, Valderson havia perdido a formatura da filha, que ocorreu no mesmo dia”, acrescenta o sogro. Já o pai da vítima, Valdir Petelinkar, que fundou o grupo Cavaleiros do Vento e, segundo o JC apurou, salta desde a década de 70, preferiu não conceder entrevista. Além disso, até o início da madrugada desta segunda-feira (7), o local e o horário do velório e do sepultamento do corpo do instrutor não foram definidos.

 

Primeiro salto

 

Já a outra vítima do acidente, Marcelo dos Santos, 26 anos, saltou de paraquedas pela primeira vez, a convite de uma amiga. Segundo a sua prima Juliana Ferras, 32 anos, ele estava bastante ansioso para praticar a atividade. Um jovem generoso e bastante comunicativo, Marcelo inaugurou sua pizzaria, em Pederneiras, há pouco mais de um ano e sonhava alto: queria investir ainda mais no negócio. Ele não era casado nem tinha filhos e morava com a mãe, o padrasto e as duas irmãs no Jardim Planalto 3.

 

Antes de abrir a empresa, o rapaz trabalhou como pizzaiolo em diversos locais, inclusive, em Bauru. Por aqui, ele fez uma especialização na área no Senai. “Como a pizzaria trabalhava apenas com entrega, ele queria expandir o negócio. Sonhava em comprar uma casa e continuar se especializando na função que exercia”, comenta a prima, que era balconista e telefonista da pizzaria. O local e o horário do velório e do sepultamento do corpo do pizzaiolo não foram definidos até o fim da noite.

 

Fonte/Imagem JCNET