10/11/2015 - 10:49
O esporte bauruense ficou mais triste, desde essa segunda-feira (9) à tarde, após a morte do professor e técnico enxadrista Edvaldo Bezerra Diniz, o Paraíba, 55 anos, vítima de câncer de fígado constatado há quatro dias. Embora tenha nascido no Estado que lhe conferiu o apelido, ele considerava-se bauruense e apresentava-se como o Paraíba de Bauru, cidade onde exerceu a sua profissão, casou-se, construiu uma família e ajudou a formar uma verdadeira “legião” de enxadristas.
Família esta que está prestes a agregar outro membro, uma vez que a filha do professor, Mariana Zagato Diniz, 24 anos, casou-se, mas ainda não teve filhos. Emocionado, o genro de Paraíba, Gilmar Siqueira da Silva, 28 anos, afirma que tinha dois pais: um biológico e outro de coração. “Ele era bastante amoroso e presente em todas as horas, fossem boas ou ruins, além de ter amplo conhecimento”, elogia.
Silva relembra a relação de Paraíba com a esposa Maria Lúcia Zagato Diniz, 50 anos, com quem era casado há 26. “Eles estavam sempre juntos e ela vivia por ele”, revela. Professor e técnico de xadrez do Bauru Tênis Clube (BTC) desde 1980, Paraíba também trabalhava na Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (Semel).
Quem sente a morte de Paraíba tanto quanto a família é seu amigo e conselheiro do BTC, Murilo Aiello. “Era meu compadre leal e não visava dinheiro. Ele recebeu diversas ofertas para mudar-se de cidade, mas as recusava, porque não queria sair de Bauru”, conta. O titular da Semel, Roger Barude, também lamenta a morte do homem que conheceu aos 12 anos, quando frequentava o BTC para praticar judô.
Barude acrescenta que a cidade não perdeu apenas um professor de xadrez, mas um amigo. Surpreso diante da notícia da morte de Paraíba, o secretário comenta que o professor havia acompanhado um atleta bauruense em um torneio de xadrez há uma semana, mas passou mal. “Eu falei com o Paraíba, na última sexta-feira, e disse que daria uma passagem para sua terra natal, caso melhorasse”, pontua.
Trajetória
Paraíba aprendeu a jogar xadrez na escola onde estudou, em João Pessoa, em 1975. Três anos depois, ele chegou a Bauru por conta de uma tia, que é enfermeira e passou a trabalhar no Hospital de Base. Logo que pisou na cidade, Paraíba tornou-se aluno de xadrez no BTC. Não passou muito tempo para que o jovem aprendiz passasse a ensinar no local, onde recebeu o apelido que carregou, com orgulho, pelo resto da vida.
Apaixonado pela profissão, Paraíba já protagonizou a Entrevista da Semana do JC e, na época, afirmou que encarava o xadrez como algo que ia além do esporte. Em Bauru, ele já recebeu 18 edições do Troféu Ligado como técnico e um como notável do esporte, além de quatro medalhas em Jogos Abertos do Interior, sendo uma de ouro e três de bronze. Ele também conquistou 25 medalhas em jogos regionais.
Paraíba conheceu 18 estados brasileiros. Ele participou de pan-americanos, além de mundiais e brasileiros. Em 1978, faturou o Torneio dos Capivaras, hoje denominado Memorial Valzinho. O corpo do professor está sendo velado na sala 3 do Centro Velatório Terra Branca, na Rua Gerson França, 5-55. O horário do sepultamento está previsto para ser realizado às 14h30 desta terça-feira (10), no Cemitério Jardim do Ipê, em Bauru.
Fonte/Imagem JCNET
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