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QUASE 12 MILHÕES ESTÃO SEM EMPREGO NO BRASIL
31/08/2016 - 09:35
Enquanto a economia dá sinais de que começa a estabilizar, o mercado de trabalho entrou no segundo semestre em deterioração e sem perspectivas de melhora no curto prazo. Conforme dados divulgados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nessa quarta-feira (31), a taxa de desemprego no trimestre encerrado em julho foi de 11,6%, 0,4 ponto percentual acima do trimestre anterior.
Trata-se do pior resultado da série histórica da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua), iniciada no primeiro trimestre de 2012. Os analistas consultados pela agência internacional Bloomberg previam uma taxa de 11,5% pelo centro (mediana) das projeções, que variavam de 11,4% a 11,6%.
No trimestre encerrado em julho, 11,85 milhões de pessoas procuraram emprego, sem encontrar, um aumento de 3,8% frente ao trimestre imediatamente anterior. São 436 mil pessoas a mais. Esse contingente de 11,85 milhões de desempregados é um recorde da série. Na comparação com o mesmo período do ano passado, esse crescimento é ainda maior: 37,4%, o que representa 3,22 milhões de pessoas a mais na fila de emprego. Esse aumento é resultado sobretudo da maior procura por emprego por pessoas que estavam fora do mercado de trabalho. O período também teve, contudo, demissões.
A população ocupada (com 14 anos ou mais de idade) era de 90,5 milhões no trimestre encerrado em julho, 0,2% abaixo do trimestre anterior e 1,8% de um ano atrás.
Esse total de pessoas ocupadas é o mesmo nível do segundo trimestre de 2013. Segundo Thais Marzola, economista da Rosenberg Associados, o descompasso entre a atividade econômica e o mercado de trabalho segue um roteiro comum no País. “Muita gente deixou de demitir ao longo da crise por causa dos custos envolvidos. Por isso, o processo ainda não terminou. E, agora, antes de recontratar, o empresário vai ter muita ociosidade a preencher”, disse.
A renda real do trabalhador (descontada a inflação) foi de R$ 1.985 no período, 0,3% acima dos três meses anteriores. Para o IBGE, essa variação indica estabilidade. Frente ao mesmo período do ano passado, porém, a renda registra queda de 3%. Ela era de R$ 2.048 de maio a julho de 2015 (já ajustada pela inflação).
JCNET
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