SERVIDORES ENTRARÃO EM GREVE

24/03/2017 - 10:26

Os servidores municipais de Bauru, incluindo a administração direta e indireta, decidiram por greve da categoria a partir da próxima terça-feira, às 7h. A decisão foi tomada ontem à noite, na sede do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru e Região. Ao todo, 102 funcionários votaram, sendo 81 votos pela greve, 19 contrários e duas abstenções.

Ao todo, o município conta com mais de 7.700 mil servidores na ativa. São 6.200 na administração direta e pouco mais de 1.500 no DAE e Emdurb. Há ainda aproximadamente 2.500 inativos (aposentados e pensionistas). A data-base da categoria é o dia 1 de março. Em fevereiro, os servidores apresentaram o pedido de reajuste de 10,74% no salário, relativo a perdas inflacionárias. Foi solicitado ainda aumento do vale-compra dos atuais 362 reais para 480, e do abono dos atuais de 321 reais para 380.
 
O prefeito Clodoaldo Gazzetta apresentou contraproposta, com reajuste de 2% mais 20 reais, incorporados ao salário. No vale-compra e abono, inicialmente o município ofereceu 4,6% de aumento, mas após a rejeição dos servidores, foi oferecido 9% de aumento em ambos, com o vale-compra passando para 392 reais e o abono para 350.
 
Na assembleia de ontem, os servidores rejeitaram a nova proposta por ampla maioria. Em seguida, foi colocada em votação a deflagração de greve, a partir da próxima terça-feira, possibilidade aceita por 81 dos 102 presentes.
 
MOBILIZAÇÃO
 
Valdecir Rosa, diretor do Sinserm, diz que a deliberação já era esperada. "Hoje (quinta-23) foi a ratificação, pela insatisfação com o que o prefeito tem apresentado com relação aos salários. Agora é um trabalho de formiguinha, cada servidor chamando os companheiros de trabalho. O sindicato também vai atuar, mobilizando a base e usando carro de som. Na terça-feira, às 7h, a concentração inicial é no Sinserm, e daí tiramos os passos seguintes", aponta.
 
Uma das preocupações dos servidores durante a assembleia é com a decisão do Supremo Tribunal Federal, no final do ano passado, que restringe as greves. Com isso, o pagamento dos dias parados depende de acordo com o prefeito. "É por isso que precisamos mobilizar um grande número de servidores, pois se a greve tiver boa adesão, essa negociação é mais viável", define o dirigente sindical.
 
De maneira geral, os servidores pedem a valorização no salário, pois o vale-compra deixa de ser pago quando o funcionário se aposenta. Já o abono é pago aos trabalhadores que ganham até 2.300 reais (escalonado até 2.600), e vale para os ativos e inativos. Os servidores pedem ainda que o prefeito diminua o número de cargos de livre nomeação, no sentido de valorizar os funcionários de carreira.
 
'Estamos no limite', diz prefeito Clodoaldo Gazzetta
 
O prefeito Clodoaldo Gazzetta lamentou a decisão dos servidores que optaram pela greve. "Estamos próximo do limite prudencial, não temos de onde tirar recursos. Conseguimos avançar no abono e no vale-compra, oferecendo 9%, e nos comprometemos a repor a inflação a partir do ano que vem, já prevendo no orçamento. Estamos trabalhando com um orçamento aprovado na gestão passada. E também de negociar as perdas dos anos anteriores. Mas, neste momento, estamos no limite", declarou, na noite de ontem, após ser informado sobre a decisão do funcionalismo.
 
"Lamento a decisão, mas seguimos abertos ao diálogo, as portas estão abertas sempre. A Mesa de Negociação vai funcionar a partir do próximo mês, com membros do sindicato e dos servidores de maneira geral. E também estamos requalificando várias funções dentro do PCCS, na qual os servidores detectaram perdas. Isso está sendo feito pontualmente, em cada secretaria, e também traz um impacto financeiro", conclui o prefeito.
 
De acordo com a Secretaria Municipal de Finanças, o impacto total dos reajustes oferecidos (salário, vale-compra, abono e as progressões previstas no PCCS) chegaria a 22,3 milhões de reais neste ano. E o município passará a gastar 398,3 milhões com folha, equivalente a 50,89% da Receita Corrente Líquida. O limite da Lei de Responsabilidade Fiscal é 51,3% (prudencial) e 54% (legal).
 
 
JCNET.

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