TRABALHADORES TENTAM ACORDO SALARIAL NESSE DOMINGO

08/09/2017 - 10:17

Após oito mesas de negociação, os trabalhadores calçadistas de Jaú se reúnem hoje (10) em assembleia para decidir se aceitam ou não a proposta patronal para a campanha salarial deste ano. Em jogo estão os ganhos de 4,7 mil funcionários – uma das maiores categorias do Município. 

A discussão sobre o reajuste em 2017 foi considerada difícil, tendo em vista a falta de proposta consistente para o aumento dos vencimentos dos calçadistas. Sem progresso, foi cogitado plano de paralisação de uma hora por dia em todas as empresas.

Atualmente, o piso é de R$ 1 mil. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Calçados de Jaú, Miro Jacintho, a assembleia de domingo vai discutir a reposição inflacionária (2,56%) e ganho real – cujo porcentual não pode ser antecipado.
 
Propostas sociais também serão apresentadas. Uma delas diz respeito à aceitação de atestados médicos para trabalhadores que precisam se ausentar por questões de saúde. Atualmente, a falta é descontada do valor da cesta básica do empregado. Caso o novo modelo seja aprovado, as empresas deverão aceitar o atestado ou justificar a não aceitação por meio de um segundo médico ligado à indústria.
 
A campanha salarial complicada coincide com grande desaquecimento do setor industrial, com impacto no setor calçadista, que chegou a ter 12 mil funcionários registrados em Jaú. A quantidade caiu a um terço disso, distribuído em aproximadamente 300 fábricas de pequeno, médio e grande portes.
 
O presidente do sindicato critica a condução das negociações. “Os patrões não participaram das assembleias, mandaram representantes da Fiesp. Na minha gestão, com certeza foi a campanha mais tensa”, relata o dirigente.
 
Conjuntura
 
O presidente do Sindicato da Indústria de Calçados de Jaú (Sindicalçados), Caetano Bianco Neto, afirma que o momento econômico e as consequências da reforma trabalhista levaram incertezas para as mesas de acordo.
 
“A melhoria foi muito modesta, podemos dizer que ‘parou de piorar’, mas não houve ainda uma retomada substancial. Na campanha salarial olhamos para o retrovisor, que é a inflação, mas também temos que pensar no futuro”, argumenta Bianco Neto.
 
A assembleia de domingo começa às 8h30, em primeira convocação, e ocorre na sede do sindicato, na Rua Marechal Bittencourt, 1.188.
 
COMÉRCIO DO JAHU.

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