28/01/2013 - 14:28
Erros de gerenciamento da casa de shows foram a causa da tragédia de ontem, em Santa Maria, no interior gaúcho, segundo especialistas ouvidos pela reportagem.
De acordo com eles, a lição que fica é que é preciso cultivar uma cultura de prevenção a grandes incêndios no País.
Para o professor da Poli – Universidade de São Paulo (USP) e especialista em segurança contra incêndios Valdir Pignatta e Silva houve ali uma sucessão “absurda” de erros. Ele cita a falta de sinalização para a saída de emergência e o fato de haver apenas uma porta de acesso ao local. Também afirma que o teto da boate era feito de material inflamável.
O pesquisador da Coppe/UFRJ (Coordenação de Programas em Pós-Graduação em Engenharia) Moacir Duarte diz que as pessoas foram vítimas de uma “desorganização primária”.
“Um vistoria simples, de menos de duas horas, feita por um bombeiro, bastaria para vetar o local para a realização de shows”, disse. “Há uma cadeia enorme de falhas e responsabilidade.” Além das falhas na estrutura, Duarte cita ainda o problema da falta de rádios para a equipe de segurança.
Sem saber o que ocorreria, seguranças na porta da boate pensaram inicialmente que o tumulto havia sido causado por uma briga e barraram as pessoas para que elas não deixassem o local sem pagar a conta. Enquanto isso, outros funcionários tentavam combater as chamas em outro local.
Pignatta e Silva afirma que as pessoas precisam criar um cultura de salvaguardar sua vida em situações como a encontrada ontem no Rio Grande do Sul.
“O fato de existir uma casa com capacidade para 2 mil pessoas, em um ambiente totalmente fechado, não deu um alerta na cabeça de ninguém. Ainda mais com objetos pirotécnicos no palco”, afirma.
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